Na noite de 29 de Maio de 1958, Almada foi palco de um acontecimento histórico durante o comício que Humberto Delgado realizou na Academia Almadense: a desistência da candidatura de Arlindo Vicente, apoiada pelo PCP, a favor da candidatura do “General Sem Medo”.
Apesar de a PIDE, ter feito tudo para que Arlindo Vicente, não conseguisse chegar a Almada, o candidato conseguiu furar todas as barreiras e reuniu-se nos bastidores do palco da sala da Academia, onde foram trocaram as primeiras impressões sobre o acordo. A conversa dos dois democratas perseguiu em Lisboa, na casa do general, onde ambos assinaram o pacto de união, intitulado, “Aos Portugueses”, na madrugada de 30 de Maio. Nesse mesmo dia Arlindo Vicente anunciou aos órgãos da comunicação social a sua decisão de retirar a sua candidatura, em favor de Humberto Delgado.
O encontro da noite de 29 de Maio de 1958, entre Humberto Delgado e Arlindo Vicente, na sede da Academia Almadense, durante a campanha eleitoral para a Presidência da República de 1958, foi baptizado com um sentido pejorativo, como o “Pacto de Cacilhas”, pelos órgãos de comunicação social afectos ao Salazarismo, ligando-o às populares burricadas.
O Pacto deveria ser reconhecido como “Pacto de Almada”, de uma vez por todas, em nome do rigor histórico.
Nota: O Boletim Municipal, distribuído gratuitamente por praticamente todos os lares de Almada, deveria ser mais cuidadoso, quando aborda algumas temáticas históricas, como foi o caso da página dedicada ao 50 º aniversário do encontro entre Humberto Delgado e Arlindo Vicente em Almada. Embora seja um órgão de expressão comunista, cinquenta anos depois, insiste na tese salazarista, que desviou o Pacto feito no centro de Almada para Cacilhas…
fonte :::> Cesario do Ginjal