Romeu Correia nasceu em Almada em 17 de Novembro de 1917
Foi escritor e dramaturgo autodidacta, colaborou em várias publicações, de que se destacam o Suplemento Cultural de O Comércio do Porto, Vértice, Sílex e Jornal Record.
Destacou-se como ficcionista e dramaturgo, inserindo-se inicialmente na corrente Neo-realista. As suas obras, marcadas por uma forte ligação às fontes da literatura oral popular, decorrem frequentemente em ambientes como os do circo, das feiras, do teatro de fantoches ou outros grupos marginais à sociedade. A estas características aliam-se, porém, técnicas dramáticas do teatro de vanguarda. Foi, nos últimos anos da sua vida, o dramaturgo mais representado por grupos amadores de teatro em Portugal.
Paralelamente à carreira de escritor, Romeu Correia foi atleta de competição em Atletismo e campeão de Boxe amador. Casou em outubro de 1942 com Almerinda Correia, uma futura campeã nacional de Atletismo.
A sua obra foi distinguida com vários prémios literários, entre os quais o Prémio da Crítica (1962), o Prémio da Casa da Imprensa – Óscares da Imprensa (1962), o Prémio Ricardo Malheiros pela Academia das Ciências de Lisboa (1976), pelo livro de contos «Um Passo em Frente», e o Prémio de Teatro 25 de Abril da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro (1984). Em 1972, Romeu Correia recusou o Prémio Alfredo Cortês conferido pelo S.N.I (Secretariado Nacional de Informação).
Escreveu contos, romances e biografias mas foi no teatro que deixou a maior marca. Casaco de Fogo (1953), levado à cena pelo Teatro Nacional, O Vagabundo das Mãos de Ouro (1960), Céu da Minha Rua (1955); Laurinda (1956), Sol na Floresta (1957), Bocage (1965); Jangada (1966), Amor de Perdição (1966) O Cravo Espanhol (1970), levado à cena pelo Teatro Nacional, Roberta (1971); Grito no Outono (1982); O Andarilho das 7 Partidas (1983) e A Palmatória (1995) são os grandes destaques na dramaturgia de Romeu Correia. Algumas das suas peças foram transmitidas na RTP, com destaque para Céu da Minha Rua , a 4 de novembro de 1958, que contou com Amália Rodrigues a estrear como atriz na televisão.
A sua peça Tempos Difíceis (1982), originalmente intitulada Rectaguarda, foi encenada por Joaquim Benite no início dos anos 80 e levada ao palco pela Companhia de Teatro de Almada (antigo Grupo de Teatro de Campolide). Fizeram parte do elenco nomes como Canto e Castro e Ema Paul. Em maio de 2016, a peça O Cravo Espanhol foi levada à cena pelo grupo Teatro da Terra, em Ponte Sor, com encenação de Maria João Luís.
Algumas das suas obras foram traduzidas para chinês, húngaro, checo, alemão, russo e italiano. A peça Vagabundo das Mãos de Oiro (1960) está traduzida em polaco, checo, alemão e italiano. O conto A Relva e o Ovo (integrado no livro Um Passo em Frente) está traduzido para russo assim como a peça Casaco de Fogo (1953). A farsa poético-política O Vagabundo das Mãos de Ouro (1960) foi traduzida para alemão em 1978, integrando a antologia teatral Dialog Stücke aus Portugal: Santareno, Coutinho, Rebello, Correia (Berlim, 1978). Considerada por muitos a obra prima do autor, a obra recebeu em 2001 uma tradução para italiano com inclusão na antologia Teatro Portoghese del XX Secolo, autoria de Sebastiana Fadda e com publicação pela Bulzoni Editore.
A sua obra foi por algumas vezes alvo de estudo, tendo sido distinguida por algumas Universidades estrangeiras (Universidade de Viena de Áustria por exemplo). Em 1996, na Universidade de Grenoble (França) foi concluída uma tese sobre a sua obra. Durante a sua vida, Romeu Correia foi sócio honorário de várias colectividades de cultura e recreio, um pouco por todo o país.
A sua biografia pode ser encontrada em vários dicionários de autores internacionais como The International Authors and Writers Who’s Who (Cambridge-Inglaterra); Who’s who in the World (Chicago- Estados Unidos); Who’s Who in Europe (Amesterdão – Holanda); ou Dictionary of International Biography (Cambridge – Inglaterra).