Cacilhas março 2001
Muitos dizem, que os jornalistas, e muitos especialmente os repórteres, são uma aves de rapina, que sugam a informação sem olhar a meios.
Eu, até acredito que possa acontecer, mas no meu caso, a história é bem diferente.
Nesta onda de “Pontes”, que todos vivemos após o acidente de Entre-os-Rios, também eu fui envolvido numa missão de
reportagem ao pontão de Cacilhas.
Ao aproximar-me do local, reparei que em alguns segmentos a rede do antigo estaleiro da Lisnave, estão deitados a baixo.
Procurando um bom angulo para fotografar o pontão, dei comigo a andar por antigas pontes da Parry & Sons, onde circulavam grupos de pessoas em ambos os sentidos.
De repente, para alem do pontão que já está reparado, deparo com montes de pontes e pontinhas, numa degradação extrema e com riscos de segurança bem visíveis.
Ao que parece entrei numa propriedade privada, que tem uma porta continuamente aberta , exactamente no local onde circulam os utentes do barco, e que se dirijam ás suas viaturas.
Como eu entrei, qualquer um entra, até uma criança, até porque as pessoas circulam regularmente naquele local, muitas das quais serão trabalhadores da Transtejo.
Então o que eu vi, deve aqui ser visto.
Não porque é a moda das pontes – respeitando devidamente a tragédia –mas porque surgiu a oportunidade de alertar, de informar e de saber cumprir o momento.
Os antigos estaleiros de Cacilhas , vão dar lugar a um dos melhores locais para viver de todo o mundo, projectos não faltam, e o dinheiro aparece.
Mas o que não podemos esquecer, é que naqueles locais o que vai ser destruído está bastante degradado e precisa de ser bem guardado para não destruir outras coisas como por exemplo a vida das pessoas.