2001 – Luta vai agudizar-se com formas inovadoras Contra as portagens – e os aumentos – da Ponte 25 de Abril

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Depois do buzinão de 10 de Outubro, que a ADUP – Associação Democrática de Utentes da Ponte 25 de Abril considerou ter atingido os objectivos definidos (começar a alertar os utentes da Ponte para a dupla necessidade de se impedirem os aumentos previstos para Janeiro de 2002 e exigir o fim das portagens), vão seguir-se outras acções de protesto, a primeira delas marcada já para o próximo dia 9 de Novembro.

De acordo com a ADUP, no referido dia 9, a partir das 7 horas, em todos os acessos à Ponte 25 de Abril, e no próprio garrafão e tabuleiro, não deve ser excedida a velocidade mínima permitida, isto é, 40 quilómetros horas. Para além disso, todos os automobilistas que se apresentarem nas portagens não devem satisfazer, nessa altura, o seu pagamento, mas sim pedir a respectiva guia para posterior liquidação. Naturalmente que, exercendo o seu direito à indignação, conforme sentenciou, em 1994, Mário Soares, Armando Vara e outras figuras gradas do partido hoje no Governo, buzinar continua a ser uma forma civilizada e democrática dos cidadãos da Margem Sul manifestarem o seu descontentamento.

Esta portagem assemelha-se a um tributo feudal

Para Aristides Teixeira, presidente da ADUP, “Esta portagem assemelham-se cada vez mais a um autêntico tributo feudal, através do qual os servos da gleba enchiam os cofres do seu senhor”. Em declarações prestadas ao “Outra Banda”, aquele activista dos direitos cívicos das populações da Margem Sul voltou a salientar que “é um escândalo perfeito que os milhares de residentes deste lado do Tejo que, diariamente, se dirigem para Lisboa a fim de exercerem a sua actividade profissional, paguem uma portagem a que não podem fugir, pois não há outra alternativa rodoviária. Ora, acontece que não somos, nem queremos ser, servos da gleba de nenhum senhor feudal. Seja em 1994, seja em 2001”.

No Porto ninguém pagava

Comparando a situação que se vive na Área Metropolitana de Lisboa com a que se vive na Área Metropolitana do Porto, Aristides Teixeira destacou o facto de ser “impensável que os residentes de Vila Nova de Gaia, por exemplo, pagassem fosse o que fosse para entrar no Porto. Não acredito que as pessoas do Norte saibam defender melhor do que nós os seus interesses e a sua dignidade. Se no Porto ninguém pagava uma portagem destas, acredito que nós, aqui, também saberemos responder, como já fizemos antes, aos senhores feudais que, em Lisboa, nos cobram tributo para lá entrarmos. E também seria bom que nos prestassem contas muito claras dos milhões de contos que nos tiram todos os anos”, afirmou.
In ” Outra Banda”
25 de Outubro 2001

Gabriel Quaresma

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